Nessa semana tivemos uma reunião dos coordenadores das equipes multi na SEED. Solicitaram-nos a elaboração de breve relatório de atividades, o qual divulgamos nesse momento pelo BLOG.
Em acordo com as orientações nacionais e estaduais para implementação de ações para efetivação da lei 10.639/2003 e 11.645/08, no ano de 2010, o Colégio Estadual Papa João Paulo I realizou eleições no mês de outubro e instituiu na unidade a primeira Equipe Multidisciplinar para Educação das Relações Étnico-Raciais e Ensino de História e Cultura Afrobrasileira, Africana e Indígena.
Reunida em diversas oportunidades no citado ano, a Equipe Multidisciplinar desta unidade estabeleceu a partir do estudo da legislação e dos anseios de seus participantes os seguintes objetivos: 1) Combate ao racismo e suas manifestações correlacionadas a outros elementos da cultura negra e indígena, a exemplo das religiões; 2) A afirmação positiva e a construção de referenciais histórico-sociais de origem negra e indígena na constituição da nação brasileira; 3) Estimular o respeito mútuo, o sentimento de coletividade e o reforço da identidade cultural afro-brasileira.
Essa equipe também elencou como foco de trabalho três linhas de ação, quais sejam: 1) A intervenção sobre a temática na perspectiva disciplinar; 2) A intervenção sobre a temática em atividades de envolvimento da comunidade escolar em geral; 3) A intervenção na formação continuada de professores, equipe pedagógica e corpo administrativo.
No ano de 2010, dado o curto espaço de tempo entre as eleições e o fim do período letivo, a equipe elaborou seu Plano Anual de Ações que consistiu basicamente em tarefas de organização interna e em uma atividade envolvendo todas as turmas da escola em comemoração a Semana da Consciência Negra. Nessa atividade elaboramos um debate sobre a temática do racismo a partir dos elementos do filme curta-metragem “Vista minha pele”. No momento do intervalo, os alunos e alunas assistiram às apresentações do projeto Viva Escola – capoeira angola – e das sextas séries – dança maculelê.
Ainda neste ano organizamos e solicitamos um espaço na Semana Pedagógica do início do próximo período letivo para realizar formação com os professores, assim como um levantamento diagnóstico em relação às práticas educativas realizadas na escola acerca da temática da equipe. Esse espaço foi concedido pela equipe diretiva e pedagógica, todavia, dada a realização da Semana, ficou inviável a realização da formação devido à programação hermética do evento enviada pela secretaria.
Em 2011, novas orientações da Secretaria de Estado da Educação (SEED) permitiram a ampliação do quadro de membros da equipe e atingimos o número de onze participantes ativos. As reuniões têm seguido o calendário proposto pela própria SEED para organização dos trabalhos das equipes. Durante os primeiros encontros aglutinamos os materiais do ano anterior, novos materiais e pensamos novas demandas.
Realizamos durante uma reunião pedagógica, o citado levantamento diagnóstico em relação às práticas educativas realizadas na escola acerca da temática da equipe. Também aproveitamos o espaço para problematizar a questão do preconceito por meio do vídeo sobre a “Infância Sem Racismo” (UNESCO) e um pequeno debate com os professores e professoras.
Os dados coletados nesse levantamento, assim como os anseios e experiências do novo grupo, serviram para fundamentar o Plano de Ações para o corrente ano. Percebemos nesses dados que muitas intervenções educativas no sentido proposto pela equipe já foram realizadas na unidade, entretanto, avaliamos que há muito avanço a ser construído. Nesse sentido, a equipe passou a realizar o seguinte trabalho durante as reuniões:
1) Construção de acervo físico e virtual de materiais referentes a temática da equipe. Solicitamos de todo o grupo da unidade, atividades, sugestões de leituras, filmes e outras referências. A equipe também se pôs a trabalhar nesse sentido, pesquisando obras, textos, materiais didáticos em diversas fontes. A cada reunião aglutinamos os materiais e compilamos seu conteúdo em uma tabela sintética. Todo esse material deverá compor um acervo físico – disponível na biblioteca – e virtual – disponível no blog da equipe – a ser disponibilizado a toda comunidade escolar dividido por disciplinas, o que deve facilitar o acesso as informações.
2) Formação da equipe, professores e funcionários, comunidade em geral. Detectamos a necessidade de aprofundamento da formação dos membros da equipe sobre a temática. Para isso elencamos a obra “O negro no mundo dos brancos” de Florestan Fernandes como obra central de estudo. A cada reunião discutimos um capítulo. Entre os capítulos, inserimos outros textos, a exemplo do texto de Luiz Carlos Paixão da Rocha, intitulado “Política Educacional e a Lei 10.639/03: uma reflexão sobre a necessidade de superação de mecanismos ideológicos legitimadores do quadro de desigualdades raciais e sociais na sociedade brasileira”.
Para a formação de professores e funcionários, articulamos dois espaços de formação, com palestras e mesas de debate. A primeira realizar-se-á em agosto (27) com a presença do professor Ivo Pereira de Queiroz (UTFPR) com a temática “Educação Étnicorracial: uma conversa musicada”. Para novembro, contribuindo com as discussões sobre o mês da consciência negra, organizaremos outro espaço parecido.
Com os alunos e comunidade, proporemos atividades no interior das disciplinas, assim como atividades em geral, abertas para comunidade. A proposta para a Semana da Consciência Negra já está em discussão e o mote será uma comparação entre as comemorações da abolição da escravidão e o dia da consciência negra.
Essas ações devem resultar até o final do período, na constituição prévia do acervo de materiais da escola sobre a temática da educação étnicorracial, na formação dos professores, alunos e comunidade com ações pontuais, assim como no aprofundamento dos conhecimentos dos membros da equipe.
Dessa forma, acreditamos contribuir com o combate ao racismo, ao etnocentrismo e na constituição de uma escola democrática, livre de preconceitos e capaz de propiciar ao alunado a efetiva apropriação do conhecimento histórica e socialmente produzido pelo gênero humano.
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