8 de dez. de 2012

BALANÇO DAS ATIVIDADES


Há aproximadamente três anos, a Equipe Multidisciplinar do CE PAPA JOÃO PAULO I elencou para os seus trabalhos os seguintes objetivos: 1) Combater o racismo e suas manifestações correlacionadas a outros elementos da cultura negra e indígena, a exemplo das religiões; 2) Afirmar positivamente e construir referenciais histórico-sociais de origem negra e indígena na constituição da nação brasileira; 3) Estimular o respeito mútuo, o sentimento de coletividade e o reforço da identidade cultural afro-brasileira.

Objetivos de magnitude gigantesca! Nunca tivemos dúvida disso! Mas mesmo assim, não deixamos de ser tomados por surpresa e indignação a cada caso de manifestação racista que ocorre em nossos corredores, pátios e salas de aula. 

O desafio é de um Davi contra o Golias, das pedras contra os tanques. A luta é permanente, e é essa mensagem que quero deixar aos presentes! Se o provérbio africano que afirma ser necessário toda uma aldeia para se educar uma criança estiver certo, em nossa aldeia mundializada precisamos de uma transformação profunda! Somos nós, escola, ferramenta fundamental!

Na trajetória de nossa equipe, tivemos altos e baixos, dificuldades, limites, mas também muitas possibilidades! Durante esse ano, vimos as adversidades crescerem, muito pela proposta visivelmente insuficiente da mantenedora, um pouco por nossas limitações de ordem teórico-prática. 

Ainda que nesse contexto, mantivemos as reuniões ordinárias, em que discutimos casos de racismo no interior da escola, realizando mediações importantes num trabalho conjunto com a Coordenação Pedagógica.

Mantivemos os estudos, por acreditar que a teoria é arma fundamental para compreensão da realidade e para uma melhor atuação pedagógica transformadora. Permito-me nesse momento, ressaltar a importância do papel da apropriação das teorias, pelo discurso de dois valiosos colegas de profissão, possuidores de longa carreira docente. Os discursos, em momentos diferentes, usando distintas palavras, afirmavam em linhas gerais o seguinte ponto: a retomada das leituras, a discussão teórica e coletiva, fizeram-lhes repensar suas arraigadas práticas. 

Com isso, temos um testemunho bastante vivo da importância da recorrência à teoria para fundamentar a prática pedagógica. Além disso, durante esse ano, tivemos as seguintes ações:


  • Participação no Encontro de Educadores Negros, representados pela professora Claudete Leite;
  • Participação no Prêmio Orirerê – Cabeças Iluminadas, no qual fui contemplado por uma prática pedagógica desenvolvida no município de Araucária, local onde leciono no período matutino.
  • Atualização de nosso espaço virtual (BLOG), no qual RESENHAMOS diversos materiais que temos em nosso ACERVO, além de trazer divulgações, notícias e sugestões de atividades para todos. 


Encerramos assim as atividades da Equipe Multidisciplinar, que nesses três últimos anos de atuação, se não venceu seus objetivos por completo, perseguiu-os com perseverança!

Dentre os pontos positivos de nossa atuação, evoco a referência que nos tornamos para o trato com o tema da educação étnicorracial em nossa escola. 

Também sublinho que o nosso trabalho conseguiu conferir seriedade ao tema, ao contrário do que se ouvia por corredores de que se tratava de “mais uma coisa para ficar no papel”.

Destaco ainda, que dentre nossas atividades, trouxemos momentos de formação aos estudantes, professores e comunidade dotados de QUALIDADE, buscando atrair contribuições de pesquisadores da temática, mas que também possuíssem histórico de militância política pela causa da educação em geral e da educação étnicorracial.

Assim, gostaria de agradecer a todos que frequentaram nossos eventos, que visitaram nosso BLOG, que legitimaram nosso trabalho de alguma forma e que sobretudo foram sensibilizados em suas práticas!

Por fim, agradeço a todos os membros que passaram por essa Equipe Multidisciplinar que dividiram conhecimentos, angústias, alegrias e lutas. Equipe esta que coordenei com poucas virtudes, enormes limites, mas, sobretudo com o coração de militante! Obrigado!

Por Nilo Silva Pereira Netto, coordenador da EMD.

7 de dez. de 2012

EVENTO: PALESTRA EDUCAÇÃO ÉTNICORRACIAL

A Equipe Multidisciplinar para Educação das Relações Étnicorraciais do Colégio Estadual Papa João Paulo I realizou em dezembro (01) uma palestra proferida pela professora Dirléia Aparecida Matias acerca da temática da Educação Étnicorracial. 

O evento deveria estar inserido na Semana da Consciência Negra, todavia, por uma série de motivos foi adiado. O evento foi aberto aos professores, funcionários, familiares e estudantes. Também foram convidadas outras equipes multidisciplinares, assim como o Departamento de Diversidade da SEED, representado na pessoa da professora Marilda Macchi.

O evento contou, na abertura, com a apresentação do Projeto de Contraturno Escolar de Capoeira, coordenado pelo professor Nilo. Os alunos apresentaram uma música – “Vai ter brincadeira” de Carolina Soares – e posteriormente o jogo da capoeira, que foi acompanhado da música tocada pelos próprios alunos. 

Na abertura, foi conferida palavra ao DEDI da SEED, assim como ao diretor da unidade educacional. Antes da palestra, foram lidos os poemas, “As vezes me chamam de negro”, “Ibejis” e “Magia Negra”, esse último lido por Thayne Rosa, estudante de sétimo ano da escola que emocionou a todos. Posteriormente, foi conferida palavra ao professor Nilo, para o balanço do coordenador da Equipe. O balanço realizado pelo coordenador, seguirá em outra postagem.

Palestrante: Dirléia Aparecida Matias. É pedagoga da Rede Municipal de Araucária e da Rede Estadual do Paraná. Licenciada em pedagogia (UFPR). Especialista em Metodologia de Ensino (IBPEX), Pós graduanda em Educação das Relações Étnicorraciais (UFPR). É coordenadora de Formação Pedagógica e Política do SISMMAR, onde também Coordena o Coletivo de Pedagogas. É integrante do Grupo de Estudos Africanidades de Araucária.

Além de atender ao tema "A contribuição africana e afrobrasileira para o currículo escolar", Dirléia também respondeu aos questionamentos do público, esclarecendo pontos e contribuindo com sugestões. Em sua palestra, a pedagoga criticou a hegemonia eurocêntrica dos currículos, o que negligencia por vezes os conteúdos relativos à África. Também apontou que há contribuições positivas para a sociedade brasileira, advindas dos africanos e afrodescendentes, muito além do trato dos conhecimentos com o período da escravidão. 

Dirléia, disponibilizou também ao nosso BLOG, sua produção no âmbito do PDE da Rede Estadual, na qual se debruçou sobre a contribuição do pedagogo na mediação do currículo e a inserção da História e Cultura Africana e Afrobrasileira. A unidade didática pode ser acessada clicando AQUI.

Após a palestra o momento cultural foi coordenado pelo professor Oswaldo Alcântara, de Educação Física, que ensinou aos participantes o jogo de Mancala, herança da cultura corporal africana, trabalhado durante as aulas de educação física na escola.

Confira as imagens do evento!



















29 de nov. de 2012

PALESTRA: EDUCAÇÃO ÉTNICORRACIAL

A Equipe Multidisciplinar para Educação das Relações Étnicorraciais do Colégio Estadual Papa João Paulo I tem a honra de convidá-los para palestra a ser proferida pelo professora Dirléia Aparecida Matias acerca da temática da Educação Étnicorracial conforme dados abaixo. Entrada franca! Venham todos! Venham todas! Ofereceremos declaração de comparecimento.

PROGRAMAÇÃO 

Tema: Contribuições africanas e afrobrasileiras para o currículo escolar.
Palestrante:  Esp. Dirléia Aparecida Matias
Horário: 8h00 
Data: 01/12/2012 – sábado
Local: CE PAPA JOÃO PAULO I
Endereço: Rua Maria Geronasso do Rosário,259 – Boa Vista


HORÁRIOS 


8h00 – Acolhida – Café
8h30 – Apresentação de Capoeira - Projeto Contraturno Escolar
9h00 – Abertura – Equipe Multidisciplinar – Relato dos Trabalhos
9h30 – Palestra – Educação Étnicorracial
10h15 – Debate 
10h30 – Momento cultural: Jogos de Mancala
11h00 – Encerramento


DIRLÉIA APARECIDA MATIAS

Dirléia Aparecida Matias é pedagoga da Rede Municipal de Araucária e da Rede Estadual do Paraná. Licenciada em pedagogia (UFPR). Especialista em Metodologia de Ensino (IBPEX), Pós graduanda em Educação das Relações Étnicorraciais (UFPR). É coordenadora de Formação Pedagógica e Política do SISMMAR, onde também Coordena o Coletivo de Pedagogas. É integrante do Grupo de Estudos Africanidades de Araucária.

21 de out. de 2012

MATERIAL: CARTILHA COTAS


O material que segue no link abaixo é uma cartilha sobre as Cotas Raciais. Esse material é rico, serve ao debate com estudantes, professores, comunidades. A professora Claudete Leite, que nos trouxe o material fez um breve comentário sobre o material, confiram e no link pode-se fazer download.

CARTILHA COTAS RACIAIS

O crescimento da demanda por rodas de conversa sobre cotas raciais apontou a necessidade de produzir um instrumento que levasse ao público argumentos a favor dessa política, ao contrário do que usualmente se veicula na grande mídia, estimulando e qualificando o debate.

Oferecer argumentos pró-cotas é também uma maneira de democratizar o acesso à informação, permitindo que o público forme sua opinião de forma mais consciente, não se baseando apenas em argumentos contrários à política. 

Cotas raciais, por que sim? As políticas de ação afirmativa são mecanismos de inclusão social e racial, ajudando a produzir novos argumentos e pontos de vista que contribuam para uma sociedade mais justa e democrática. 

Quando as pessoas que defendem as cotas raciais falam de “raça”, estão dando um sentido político e social ao termo. Ou seja, referem-se às pessoas que, por considerarem importante para suas identidades a presença de componentes de matriz africana, se autodeclaram ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como “pretas” ou “pardas”. Numa leitura política, essas duas categorias de cores (preta e parda) são entendidas como o segmento “negro” da população, pois as pesquisas mostram que as trajetórias de vida das pessoas pretas e pardas são muito mais próximas entre si do que se comparadas com as trajetórias das pessoas brancas. A desigualdade e a discriminação raciais precisam ser corrigidas também com políticas públicas, e não só com a ideia de que somos um “paraíso racial”.



ACERVO: REVISTA HISTÓRIA


Continuando com a ação de resenhar os materiais que temos disponíveis para fundamentar as aulas de todas as disciplinas na perspectiva da educação étnicorracial, aqui vai a contribuição do professor Flávio Martins, nosso colega da disciplina de matemática, que descreveu um pouco das suas impressões sobre uma das revistas de nosso arquivo de materiais. Essa revista foi uma gentil doação da professora Luciana Lago, também colega da disciplina de matemática. Confiram a matéria do professor Flávio.

REVISTA HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL

Um dos materiais que possuímos no nosso acervo, é a revista História da biblioteca nacional: “ Africanos além da escravidão” ano 7 nº 78 de março 2012. Começa com a fotografia da capa na qual nos conta a história de dona Cândida da Conceição. Esta pessoa nos revela o conhecimento que um ser humano acumula durante a sua vida, nos deixando afoitos de conhecer um pouco mais sobre sua vida e sua trajetória. Leva-nos a pensar o quanto a comunicação oral pode ser um meio de conhecimento importante para nossa vida e sobre as histórias de nosso país.


Nesta revista iremos encontrar algumas reportagens intrigantes e surpreendentes, as quais irei apenas alimentar e aguçar vossa curiosidade. Na qual poderemos verificar se quem sabe poderá contribuir para a nossas aulas, sendo que, pelo que percebi, poderá enriquecer as disciplinas de História, Geografia, Arte, entre outras, vale a pena analisar.

INSTRUMENTOS VIAJANTES
Um grupo de pessoas viaja pelo Brasil, visitando várias comunidades das regiões Norte, Nordeste e Sudeste e produzindo um material (filmes e músicas), que com certeza é rico conteúdo histórico, bem como de costumes de algumas comunidades que compõem nosso Brasil.

DA FAMA À INSANIDADE
Esta reportagem nos traz um relato de um filme baseado na história de um jogador brasileiro polêmico, mas brilhante que encantou muitas gerações. Para aqueles que gostam de futebol, poderá contribuir para suas aulas.

PRIMEIROS PASSOS
Conta um pouco sobre da dança brasileira, relembrando um grande expoente de nosso balé, Ana Botafogo, através de uma série de documentários nos mostra um pouco do desenvolvimento e da dificuldade que a cultura sofre em nosso país para seu desenvolvimento.

MÚSICA ENGAJADA
O jornalista Franklin Martins lança livros sobre a rica música brasileira, na qual nos traz vários relatos de sua contribuição para a nossa história.

ESPAÇO ANTIGO, VIDA NOVA
Esta reportagem nos proporciona o conhecimento sobre alguns espaços importantes sendo construídos para a nossa cultura, na qual nos mostra a descoberto de locais que contribuem para a história de nosso país.

DOSSIÊ
Neste teremos várias reportagens que nos trarão um pouco mais de informação sobre alguns costumes que possuímos oriundos dos vários povos africanos, bem como um pouco sobre a história deste rico continente e da forma como se processou a distribuição dos mesmos no território brasileiro destes povos. Com isso poderemos aprender um pouco mais sobre nosso desenvolvimento histórico-cultural, bem como a dificuldade que eles enfrentaram no seu novo continente de moradia. Nelas poderemos ter uma breve ideia da contribuição destes para o desenvolvimento técnico de nosso país, como costumes da sociedade da época, como o caso das sinhás pretas, da formação de nossa língua portuguesa (distanciamento do português de Portugal); a resistência dos africanos a sua nova situação de vida, como o caso da revolta dos Malês em Salvador. Bem como nos traz informações sobre autores brasileiros, como Bastos Tigre, os autores da literatura de cordel, João Antônio e outros que nos desvenda o  quanto nossa história é rica e pouco estudada, nos deixando uma grande tarefa de alimentar a curiosidade de nossos alunos para uma maior produção sobre a mesma.

Por fim ainda temos uma entrevista com Paul Lovejoy, na qual este nos mostra algumas facetas do racismo que sofremos desde a escravidão até os dias atuais, em que, tal atitude tem dificultado o pleno desenvolvimento do país, pois tais atitudes atrapalham os que sofrem com o preconceito bem como aqueles que praticam tais atitudes.

ACERVO: JOGOS AFRICANOS E MATEMÁTICA

No CE PAPA JOÃO PAULO I temos trabalhado com o jogo africano "mancala" por meio da disciplina de Educação Física. Já publicamos aqui em nosso BLOG inclusive um material didático que auxilia o trabalho com esse jogo na perspectiva da cultura corporal. Para ter acesso vá em atividades.

Professor Oswaldo Alcântara, membro de nossa Equipe Multidisciplinar e professor de Educação Física, pesquisando materiais para enriquecer suas aulas de jogos, teve contato com um material didático sobre Jogos Africanos na Educação Matemática. Esse material foi produzido no âmbito do PDE no município de Maringá pelo colega de Rede Estadual, o professor Celso José dos Santos. O arquivo pode ser baixado no link abaixo. Confira o resumo dessa produção logo a seguir:

"Este trabalho, parte integrante das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional, realizado pelo Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de Estado da Educação, em parceria com a Universidade Estadual de Maringá, tem a finalidade se constituir num Material Didático de apoio, a Professores e Estudantes da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná, para a implementação das diretrizes emanadas da Lei 10.639/03, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96). Este trabalho, tendo como suporte pedagógico da etnomatemática, busca revelar aspectos históricos, filosóficos e etnográficos da “Família Mancala” de Jogos Matemáticos Africanos para demonstrar sua aplicabilidade no âmbito da Educação Matemática e das relações étnico-raciais no ambiente escolar".



COTISTAS (UFPR) ESCREVEM LIVRO

"O Negro nos Espaços Publicitários: Perspectivas Contemporâneas em Diálogo" foi organizado por Leandro Leonardo Batista Francisco Leite da ECA/USP. A obra é coletânea interdisciplinar que reúne artigos escritos por cientistas sociais e têm como proposta “discutir e analisar criticamente o papel, os espaços e os efeitos operados pela publicidade para a reprodução, reforço e sedimentação de conteúdos negativos acerca do estereótipo da categoria social Negro”. Organizada pela Escola de Comunicação e Arte (ECA/USP) e editada pela Coordenadoria dos Assuntos da População Negra, da Secretaria de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo, Os 3.500 exemplares da edição já foram distribuídos para as principais bibliotecas de escolas de comunicação (Brasil), agências de publicidade e em congressos da área. No entanto, ainda contamos com a versão e-book disponível nesse link



O capítulo do NEAB


Negras(os) e brancas(os) em publicidades de jornais paranaenses, de Paulo Vinícius Baptista da Silva, Neli Gomes da Rocha e Wellington Oliveira dos Santos, analisa os resultados de um projeto de pesquisa em que os jornais “Gazeta do Povo”, “O Estado do Paraná” e “A Tribuna do Paraná” tiveram copilados, durante dois anos, todas os textos que continham personagens negros, assim como toda as peças publicitárias que traziam personagens humanos. O projeto envolveu dezenas de estudantes com diferentes tipos de bolsas de pesquisa, inicialmente do “Programa Afro-Atitude” e depois “Programa de Apoio às Ações Afirmativas para Inclusão Social em Atividades de Pesquisa e Extensão” da “Fundação Araucária de Apoio ao desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná” e do CNPQ. Neli Gomes da Rocha e Wellington Oliveira dos Santos participaram do projeto desde seu início e os resultados apresentados no livro são sistematização de resultados auferidos em diferentes anos de seus trabalhos de iniciação científica. 



Os jovens autores


Duas trajetórias (e duas personalidades) muito distintas, mas diversas coincidências: O acesso via políticas afirmativas para ingresso na UFPR e as ações para permanência, como o Programa Brasil Afro-Atitude e o Programa de Apoio às Ações Afirmativas para Inclusão Social em Atividades de Pesquisa e Extensão, deram condições aos autores de passarem, em poucos anos, de calouros das cotas a pesquisadores em formação, com uma bagagem de pesquisa surpreendente, transitando entre pesquisadores experientes e afirmando com sua trajetória, ao contrário de expectativas negativas usadas como argumento para manter as desigualdades, que ações afirmativas se articulam com qualidade de formação (nesse caso com excelência acadêmica). Além, é notório, com participação por mudanças sociais e pelo estabelecimento de regime de igualdade. 

E eles estão somente no início de sua trajetória acadêmica de sucesso...

MATERIAL: LINKS E LIVROS


A professora Marila da Cunha, do Departamento da Diversidade (SEED) nos encaminhou a produção das professoras do Colégio Estadual do Paraná - Cida Greco e Mary Donta Tenius. Dessa mensagem optamos por socializar em nosso BLOG as sugestões de links e livros pesquisados pelas mesmas como contribuição à pesquisa, ao aprofundamento teórico das demais Equipes Multidisciplinar que nos visitam. Vale a pensa conferir essa produção! Para ter acesso ao material, clique nos links abaixo:


16 de set. de 2012

PRÊMIO ORIRERÊ: INSCRIÇÕES ABERTAS


O Centro Cultural Humaita é um Centro de Estudo e Pesquisa da Arte e Cultura Afrobrasileira, com sede em Curitiba. As principais áreas de atuação do Centro Cultural Humaita são oficinas, palestras, eventos e consultorias em arte e cultura africana e afrobrasileira.

Vimos realizando ações no Estado do Paraná desde 2006. Ressaltamos que o Paraná é o Estado mais negro do sul do país, com 28,5% afrodescendentes segundo o IBGE de 2008.

O objetivo do Centro Cultural Humaita é criar situações que valorizem e dêem visibilidade à presença e ao legado cultural afrodescendente no Paraná.

Estas ações estão em consonância com a Conferência Mundial de Durban, a Declaração dos Direitos Humanos, o Estatuto da Igualdade Racial, o Pacto Estadual de Promoção da Igualdade Racial e as Conferências Municipais, Estaduais e Federais da Igualdade Racial.

Consideramos o advento do Estatuto da Igualdade Racial e da Lei 10.639/03 duas das mais importantes ações em prol da cidadania e inclusão da comunidade afrodescendente em nossa sociedade desde a Abolição da Escravatura.

Toda e transformação passa pela educação. E os professores têm uma grande responsabilidade. Portanto se faz importante que a sociedade reconheça e incentive os nossos mestres(as) a continuar exercendo o seu ofício com sabedoria e entusiasmo (apesar de todas as dificuldades a serem enfrentadas, principalmente no que concerne ao ensino da Arte e Cultura Indígena, Africana e Afrobrasileira em nosso país).

Estamos às vésperas do aniversário de 10 anos da Lei 10.639/03! Afim de superar todas as barreiras que ainda impedem a efetivação da Lei, gostaríamos de propor o diálogo e reflexão sobre a efetivação da Lei em 2013. De forma que todos os profissionais de todas as instituições ensino conheçam o assunto e dediquem energia a esta verdadeira “revolução cultural brasileira” de combate ao racismo e à discriminação, através da inclusão da História e Cultura Indígena, Africana e Afrobrasileira nas salas de aula. Oxalá 2013 seja o “ano de ouro” da Lei 10.639!

Pensando nisso, o Centro Cultural Humaita propõe o Prêmio Orirerê – Cabeças Iluminadas, para valorizar aqueles(as) que fazem e fizeram a arte e cultura afro florescer no Estado do Paraná. A primeira edição do prêmio, em 2009, agraciou os mestres da cultura popular e gente de destaque junto à comunidade, mas invisibilizados junto à mídia.

A segunda edição, em 2010, foi uma Solenidade histórica, pois homenageou setenta e cinco templos das religiões de matriz africana de todo o Paraná, cuja discriminação foi e continua sendo um forte vetor do racismo estrutural mas hoje começa a ser questionada legalmente.

Em 2011, Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, com o apoio da Secretaria de Estado da Educação do Paraná SEED e da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba SME, a homenagem agraciou 19 professores(as) e escolas atuando na aplicação da Lei 10.639 em nosso Estado.

Reiteramos que, no nosso entender, as Leis 10.639 e 11.645 talvez sejam as mais importante ações de inclusão do povo afro e indígena no Brasil, desde a Abolição. Os professores premiados em 2011 receberam, além da homenagem na Solenidade, brindes, uma certificação da Assembleia Legislativa do Paraná, almoçaram com o Secretário da Educação no Palácio do Governo e terão seus projetos publicados (o catálogo está em fase final de produção).

SERVIÇO
Prêmio Orirerê - Cabeças Iluminadas - 2012


Inscrições abertas - prazo final 10 de outubro!
Edital: http://informativohumaita.wordpress.com/orirere
Dúvidas: humaitacentrocultural@gmail.com 


31 de ago. de 2012

CURITIBA AFRO


Devido à extensa campanha de apagamento da identidade afro em nossa capital e em todo o Estado por historiadores paranaenses e formadores de opinião, faz-se necessário resgatar e reconstruir a imagem do legado afro no imaginário social, na opinião pública, no planejamento da cidade e, em especial, nas Escolas e Universidades. Para apoiar a sociedade civil organizada, que vem a décadas lutando para garantir os direitos da população afrobrasileira, o Centro Cultural Humaita propõe o projeto ECOS DA ABOLIÇÃO para fazer “ecoar” os assuntos relevantes para a população afro desde o mês de maio, data em que é celebrada a Abolição da Escravatura e o Dia da África, até novembro, mês em que celebramos as conquistas representadas pela luta de Zumbi no Quilombo dos Palmares. 

Até novembro de 2012, prevemos a realização de 06 intervenções. A ideia é divulgar os eventos nas redes sociais, blogs e agendas culturais, afim de manter o tema em evidência e proporcionar aos professores, gestores e planejadores municipais e estaduais incentivos para aplicar a Lei 10.639/03, referente ao ensino da História e Cultura Africana e Afrobrasileira em sala de aula, bem como tratar com isonomia a população afrodescendente, diversas vezes durante o ano e não apenas no final de novembro, quando não há mais tempo para aprofundar nenhuma reflexão nem incluir nada nos planejamentos anuais da cidade.


16 de jul. de 2012

MAGIA NEGRA

Magia negra era o Pelé jogando, Cartola compondo, Milton cantando. Magia negra é o poema de Castro Alves, o samba de Jovelina. Magia negra é Djavan, Emicida, Mano Brown, Thalma de Freitas, Simonal. Magia negra é Drogba, Fela kuti, Jam. Magia negra é dona Edith recitando no Sarau da Cooperifa. Carolina de Jesus é pura magia negra. Garrincha tinha duas pernas mágicas e negras. James Brown, Milton Santos é pura magia.

Não posso ouvir a palavra "magia negra" que me transformo num dragão.

Michael Jackson e Jordan é magia negra. Cafu, Milton Gonçalves, Dona Ivone Lara, Jeferson De, Robinho, Daiane dos Santos é magia negra. Fabiana Cozza, Machado de Assis, James Baldwin, Alice Walker, Nelson Mandela, Tupac, isso é o que chamo de magia negra. Magia negra é Malcon X, Martin Luther King, Mussum, Zumbi, João Antônio, Candeia e Paulinho da Viola. Usain Bolt, Elza Soares, Sarah Vaughan, Billy Holliday e Nina Simone é magia mais do que negra. Eu faço magia negra quando danço Fundo de quintal e Bob Marley. Cruz e Souza, Zózimo, Spike Lee, tudo é magia negra neles. Umoja, Espirito de Zumbi, Afro Koteban. É mestre Bimba, é Vai-Vai é Mangueira todas as escolas transformando quartas-feira de cinzas em alegria de primeira. Magia negra é Sabotage, MV Bill, Anderson Silva e Solano trindade. Pepetela, Ondjaki, Ana Paula Taveres, João Mello... Magia negra.

Magia negra são os brancos que são solidários na luta contra o racismo.
Magia negra é o RAP, o Samba, o Blues, o Rock, o Hip Hop de Africabambaataa.
Magia negra é magia que não acaba mais.

É isso e mais um monte de coisa que é magia negra.
O resto é feitiço racista.


23 de jun. de 2012

ESTUDOS: REFERÊNCIAS E ORIENTAÇÕES

Em nossas reuniões reservamos sempre um espaço para os estudos. Desde os primeiros diagnósticos em nossa equipe, observamos a necessidade imediata de investimento na formação interna da equipe a respeito da temática da educação étnicorracial. Elegemos então centralmente como leitura a obra "O negro no mundo dos brancos", de Florestan Fernandes e entre os capítulos do livro, inserimos outros artigos e textos que possam dialogar com a primeira obra, assim como com a realidade escolar.

A teoria eleva a consciência do professorado a outro patamar, distinto do aluno por estar num nível de sistematização diferente, mas igual por participarem de uma mesma realidade social, contraditória, articulada e concreta. 

Os estudos qualificam o olhar do professor em sala de aula, que passa a refinar suas percepções sobre a temática da educação étnicorracial. Os estudos, o ato de recorrer às teorias gerais para compreender e intervir na realidade, são parte do caminho - embora longo, demorado e árduo - para a transformação social. 

Sendo assim, disponibilizamos alguns dos textos pautados para os encontros - anteriores e futuros - os quais conseguimos digitalizar. Para acessá-los ou baixá-los, basta clicar em seus nomes. Os dois últimos arquivos são as Orientações do Departamento da Diversidade da SEED para esse ano de trabalho!

  1. Florestan Fernandes - O negro no mundo dos brancos - Prefácio
  2. Florestan Fernandes - O negro no mundo dos brancos - Introdução
  3. Florestan Fernandes - O negro no mundo dos brancos - Capítulo I
  4. Florestan Fernandes - O negro no mundo dos brancos - Capítulo II
  5. Luiz Carlos Paixão - Notas de história e cultura afrobrasileiras - Capítulo I
  6. Luiz Carlos Paixão - Desafios e perspectivas da legislação - Artigo
  7. Nilma Gomes - O corpo como expressão da identidade negra - Artigo
  8. Orientação - Departamento da Diversidade (SEED) - 001/2012
  9. Orientação - Departamento da Diversidade (SEED) - 002/2012

22 de jun. de 2012

EXPOSIÇÃO: RUGENDAS


Nessa sexta-feira, 22/06, no período da manhã os alunos do Projeto Contraturno de Capoeira acompanhados do professor Nilo Silva Pereira Netto visitaram à Exposição Fotográfica “Rugendas: Olhares viajantes ontem e hoje” de Socorro Araújo. A exposição, em cartaz no Instituto Goethe - Curitiba, apresenta uma revisitação fotográfica de Socorro Araújo à obra de Rugendas, pintor alemão que retratou com seu pincel o povo e os costumes do Brasil colonial. Rugendas ficou famoso por ser uma referencia na pintura do cotidiano africano no Brasil oitocentista, retratando inclusive os primeiros passos da capoeira.


O grupo de alunos e alunas do ensino fundamental, partícipes do projeto de capoeira, tiveram um momento anterior de estudo das obras com o professor - que trabalha o ensino da história da capoeira a partir das imagens e obras de arte do período - e posteriormente fizeram a visita à exposição. 


O grupo foi recebido fraternalmente pelo Instituto Goethe e adorou a exposição. As fotos de Socorro foram  apreciadas e elogiadas pelos mesmos, que puderam perceber a sensibilidade artística da fotógrafa no registro dos importantes momentos do cotidiano afrobrasileiro atual.


Segundo professor Nilo, a exposição enriqueceu a intervenção realizada em aula, que no projeto, já adota uma formatação distinta da sala de aula tradicional. Durante a exposição, o professor explanou aos alunos chamando atenção para os detalhes de algumas das obras. De acordo com o mesmo "uma das obras fundamentais de Rugendas retrata o jogo da capoeira na sua prática espontânea, lúdica que em análise comparativa com a belíssima fotografia de Socorro Araújo, nos ilustra continuidades e rupturas nessa manifestação cultural tão cara à identidade cultural brasileira".


O professor aproveitou para agradecer publicamente a acolhida e atenção especial do Instituto Goethe, assim como o apoio das famílias dos alunos e da direção da escola que prontamente apoiou o evento. A exposição tem entrada franca e fica em cartaz até 14 de julho deste ano. Abaixo algumas imagens da visita ao Instituto Goethe.


Recepção pelo Goethe Institut
Registrando a presença
Apreciação das obras
Identificando obras trabalhadas em aula
Foto final com alunos e professor

16 de jun. de 2012

ACERVO: JOÃO CÂNDIDO

Há poucos meses chegou em nossa escola um pacote com o Almanaque Histórico em homenagem a João Cândido. Esse almanaque é parte do Projeto Memória da Fundação do Banco do Brasil - banco público brasileiro - e traz pela primeira vez um personagem negro, buscando a preservação da memória cultural brasileira.  


Almanaque, DVD, Guia do professor e Cartaz

O material é rico e destinado aos professores, que buscando abarcar áreas como as Ciências Humanas, Ciências Naturais e Comunicações, sugere encaminhamentos de trabalho a partir dos temas: direito à diversidade, direito ao trabalho, direito à vida saudável e direito à cultura. Segundo o próprio almanaque: 
"Relembrar hoje João Cândido e seus companheiros significa compreender que seus gestos apontam problemas ainda inquietantes para a sociedade brasileira: o racismo, a desigualdade social, a violência cotidiana do Estado sobre as camadas pobres da população e a democratização das forças armadas - sem esquecer o mito de que existe uma tradição ordeira e pacífica na história do Brasil. A vida de João Cândido traz lições que nos ajudam a superar um passado sofrido em busca de um futuro mais alegre e justo".
Esse material está disponível na biblioteca do professor do CE PAPA JOÃO PAULO I e também em dois links abaixo em versão PDF - do almanaque e do guia do professor. Essa é mais uma rica possibilidade de trato positivo com a história de resistência do povo negro em nosso país. É um exemplo de como devemos abordar essas questões em sala de aula. Bom proveito e boas aulas!


MAS QUEM FOI JOÃO CÂNDIDO?

A Revolta da Chibata ocorreu em unidades da Marinha de Guerra brasileira baseadas no Rio de Janeiro, em novembro de 1910. Os marinheiros tomaram os principais navios da Armada, em protesto contra suas condições de trabalho, os alimentos estragados que lhes eram oferecidos, os trabalhos pesados que lhes eram impostos e principalmente o costume degradante da do castigo da chibata, herança da escravidão. Na época, a Marinha brasileira estava dentre as mais fortes do mundo. Já o tratamento dos marinheiros repetia as piores tradições. João Cândido, filho de escravos, liderou a revolta pela dignidade humana em nossa Marinha e em nosso país.

Os marinheiros tinham contato com o movimento operário e os partidos marxistas da Europa, onde iam acompanhar as fases finais de construção dos navios adquiridos pela Marinha de Guerra. O próprio João Cândido, como marinheiro de 1ª classe, seguiu para a Europa, onde assistiu ao final da construção do encouraçado Minas Gerais. Assim, a rebelião foi cuidadosamente preparada, inclusive com comitês clandestinos.

A revolta teve início na madrugada de 23 de novembro de 1910, em resposta ao castigo de 250 chibatadas sofrido pelo marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes. Sob o comando de João Cândido, amotinaram-se as tripulações dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo e também dos cruzadores Barroso e Bahia, reunindo mais de dois mil revoltosos.

A cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, foi mantida por cinco dias sob a mira de canhões. João Cândido recebeu então o apelido de “o Almirante Negro”, pela maestria com que comandou a frota em evoluções depa Baía da Guanabara.

O então presidente da República, Hermes da Fonseca, não encontrou saída que não fosse ceder às exigências dos marinheiros. “No dia 25 de novembro, o Congresso, apressadamente, aprovou as reivindicações dos marujos, incluindo a anistia. João Cândido, confiando nessa decisão, resolveu encerrar a rebelião, recolhendo as bandeiras vermelhas dos mastros”, conta o autor da proposta.

Três dias depois, porém, veio a traição. O então ministro da Marinha determinou a expulsão dos líderes do movimento. Os marinheiros tentaram reagir, mas o governo lançou violenta repressão que culminou com dezenas de mortes, centenas de deportações e a prisão de João Cândido. “O Almirante Negro” foi colocado numa masmorra da Ilha das Cobras de onde foi o único a sair vivo, de 18 marinheiros.

Solto anos depois, João Cândido passou a viver como vendedor de peixes na Praça Quinze, Rio de Janeiro. “Morreu em 1969, sem patente e na miséria. Agora é hora de a nação honrá-lo, inscrevendo seu nome no livro dos heróis da pátria”. Com informações de "brasilcultura.com.br".

10 de jun. de 2012

EXPOSIÇÃO: SOCORRO ARAÚJO


A exposição fotográfica “Rugendas: olhares viajantes ontem e hoje” apresenta o cruzamento de olhares entre o cotidiano brasileiro oitocentista, documentado através da arte histórica do pintor Johann Moritz Rugendas e o nosso cotidiano atual. Os pincéis e bicos de penas utilizados por Rugendas são revisitados pelas lentes fotográficas de Socorro Araújo, representando o trabalho iconográfico do alemão em uma atualidade. A arte de Rugendas é um verdadeiro documento histórico das formas de trabalho e da cultura de um período, que ainda deixam resquícios na atividade do trabalho vivenciado em nossos dias. As imagens apresentadas nas fotografias de Socorro Araújo remetem ao olhar dado por Rugendas, mas o trazem em nossa atualidade, criando um verdadeiro diálogo entre o século XIX e o século XXI, deixando a imaginação do público estabelecer as conexões entre passado e o presente. 



SERVIÇO:
Exposição fotográfica de Socorro Araújo
Abertura: 05.06.2012 às 18h00
Período expositivo: de 05.06.-14.07.2012
Goethe - Institut Curitiba
Rua Reinaldino S. de Quadros, 33
Alto da XV, Curitiba-PR
3262.8244


Cartaz da Exposição "Olhares Viajantes"


RÁDIO BLACK

Uma possibilidade que indicamos às escolas é a organização de "rádios de intervalo". Muitas escolas possuem sistema de som e podem fornecer programação musical aos alunos. No CE PAPA JOÃO PAULO I, um de nossos membros - professor Nilo Silva Pereira Netto - elaborou um pequeno projeto para uma Rádio Black, para exibição da rica e variada música negra. O projeto ainda não foi implementado por questões técnicas, mas em breve estará a todo vapor. Eis a justificação do projeto:
"Os celulares, aparelhos de reprodução sonora eletrônica, as novas caixas de som nos intervalos das aulas, no recreio e em todo e qualquer espaço concedido ou conquistado pelos alunos indicam algo bastante importante: a música esta marcadamente presente na vida de nossos alunos e alunas. Partindo desse contexto e considerando a riqueza da contribuição africana e afrobrasileira para a música mundial, proponho um projeto de divulgação de sonoridades baseadas na matriz citada durante os intervalos. Justifica-se a execução desse projeto na medida em que possui potencial para qualificar a sensibilidade musical e crítica de nossas alunas e alunos, combatendo preconceitos, estereótipos e ampliando o referencial positivo da contribuição africana e afrobrasileira".
Sendo assim, o projeto busca os seguintes objetivos: 1) Oportunizar o contato com a música negra; 2) Ampliar o referencial positivo da contribuição africana e afrobrasileira na música; 3) Qualificar a sensibilidade musical do alunado; 4) Ampliar o referencial crítico por meio da música.

A ideia para a realização é, uma vez por semana, executar uma seleção curta dos ritmos: rap, samba, funk clássico, rock, blues e soul, reggae, jazz e outros. 

Dessa forma, nessa postagem, indicamos como possibilidade de trilha sonora para a rádio a contrabaixista e cantora de jazz estadunidense, Esperanza Spalding. Esperanza canta em inglês, espanhol e português. Tocou acompanhada por grandes nomes do jazz, como Pat Metheny, Joe Lovano, Michel Camilo, Donald Harrinson e Milton Nascimento. Foi mencionada pela revista Down Beat como "a melhor baixista em ascensão". Compõe e leciona no Berklee College Of Music em Boston, sendo a mais jovem professora da instituição. Esteve no Brasil em 2006, acompanhada pelo pianista cubano Roberto Fonseca.

Em 2011 ganhou o Grammy na categoria de Artista Revelação, derrotando Justin Bieber, o principal candidato. Esta derrota levou à fúria dos fãs de cantor, que atacaram com insultos páginas na internet referentes a Esperanza. Para conhecer mais clique aqui e assista ao videoclipe abaixo.




27 de mai. de 2012

MAIO


Atendendo ao chamado do Centro Cultural Humaitá a Equipe Multidisciplinar para Educação das Relações Étnicorraciais e Ensino de História e Cultura Afrobrasileira, Africana e Indígena do Colégio Estadual Papa João Paulo I – Curitiba – envia para composição do MOSAICO do mês de maio uma série de atividades.

Essas atividades foram desenvolvidas por membros da Equipe Multidisciplinar para serem utilizadas nos mais diversos âmbitos: sala de aula, formação de professores, discussões nos movimentos sociais, associações comunitárias, escolas de pais/mães e outros.

As sugestões foram postadas do BLOG da Equipe e amplamente divulgadas no mês de novembro do ano passado, por ocasião do mês da consciência negra. Confira os títulos das atividades e o link para acesso as mesmas clicando aqui.


Foto por Centro Cultural Humaitá

14 de mai. de 2012

MAIO

Sou terra – O maio é minha era!
"Meu Maio", de Vladimir Maiakovski


Maio é um mês de reflexão e ação. Atendendo ao chamado do Centro Cultural Humaitá, que propôs uma revitalização de nosso olhar sobre o referido mês, resolvi socializar uma singela reflexão e mais adiante, indicar algo de minha experiência docente.

Maio não é um mês de festa para os trabalhadores. Maio não é um mês de festa para os negros. É sim, tempo de reflexão, tempo de luta, tempo de celebração crítica de nossas conquistas, tempo de avançar ombro a ombro. É tempo de lembrarmos o provérbio africano que nos ensina: é a união do rebanho que faz o leão se deitar com fome.

Levo a África em meu nome, notadamente desde que nasci. Nome que herdei de meu avô materno, mas que nem sempre me foi referenciado como africano no sentido identitário. Nem na família, nem na escola. Algumas décadas se passaram, não muitas, mas depois de um longo processo de inserção no ideário contra-hegemônico, eis que me percebo em sala de aula, tratando conhecimentos próprios da cultura afrobrasileira. Refletir criticamente sobre a emblemática princesa, no treze de maio atual, é ainda tarefa árdua e combatente da visão mais comum dos fatos e da história brasileira.

Desde minha escolarização básica, muito se alterou, mas igualmente, muito permaneceu. Entre continuidades e rupturas não são poucos os enfrentamentos que temos de estar preparados para realizar. Preparar-se para eles! É isso que digo ser importante aos estudantes da educação superior que passam pelas minhas aulas buscando no seu ato de estagiar, a construção de sua ação docente. Preparar-se e realizá-los! Enfrentar e resistir!

Enfrentar o racismo declarado, velado ou institucional. Enfrentar a precarização do trabalho, a subsunção de toda vida humana ao capital. Enfrentar o divisionismo do povo trabalhador. Enfrentar a desqualificação da educação pública, a minimização dos currículos, a assinatura recorrente da educação básica às pedagogias do capital.

Esses e outros tantos exemplos precisam estar em nossas agendas e o mês de maio é fulcral no impulso de nossas ações.

Nessa perspectiva, gostaria então, de colaborar na constituição do mosaico proposto pelo Centro Cultural Humaitá, encaminhando algumas produções que realizei nos últimos anos sobre o conteúdo capoeira abordado particularmente a partir de um ponto de vista teórico no âmbito da Educação Física escolar. São elas:

ARTIGOS

PEREIRA NETTO, Nilo Silva. A capoeira no município de Campo Largo, estado do Paraná: uma experiência educacional a partir da abordagem crítico-superadora em Educação Física escolar. In: VII Congresso Nacional de Educação (EDUCERE), 2007, Curitiba. ANAIS, 2007.

PEREIRA NETTO, Nilo Silva; LIMA, Francis Madlener. A educação física no ensino fundamental da rede estadual do Paraná: notas de uma experiência crítico-superadora. In: V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte, 2010, Itajaí. Anais, 2010.


RELATO DE EXPERIÊNCIA

PEREIRA NETTO, Nilo Silva. No vai e vem da Maré: História e Fundamentos do Capoeira 2009. Relato de experiência: uso pedagógico de curta-metragem para o Portal Porta Curtas – Curta na Escola – da Petrobrás.

SLIDES

PEREIRA NETTO, Nilo Silva. Oficina de Capoeira. In: I Encontro de Professores de Educação Física do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná. 2008. Curso de curta duração ministrado aos professores da rede estadual de ensino em curso do PDE.

Por último, gostaria de saudar o Centro CulturalHumaitá, por sua incansável labuta pelas bandeiras do povo negro no estado do Paraná. 



Um abraço fraterno a todos e todas!
Força na luta! Venceremos!

Abdias vive!


Curitiba, outono de 2012.

Nilo Silva Pereira Netto é professor da rede pública de ensino. Licenciado em Educação Física. Especialista em Educação Física escolar. Mestre em Tecnologia. É coordenador geral adjunto do Sindicato dos Servidores do Magistério de Araucária (SISMMAR). Vencedor do Prêmio Orirerê – Cabeças Iluminadas, por sua contribuição na educação das relações étnicorraciais (2011). É coordenador da Equipe Multidisciplinar para Educação das Relações Étnicorraciais e Ensino de História e Cultura Afrobrasileira, Africana e Indígena do Colégio Estadual Papa João Paulo I – também vencedora do Prêmio Orirerê na categoria Equipes Multidisciplinares.


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