14 de mai. de 2012

MAIO

Sou terra – O maio é minha era!
"Meu Maio", de Vladimir Maiakovski


Maio é um mês de reflexão e ação. Atendendo ao chamado do Centro Cultural Humaitá, que propôs uma revitalização de nosso olhar sobre o referido mês, resolvi socializar uma singela reflexão e mais adiante, indicar algo de minha experiência docente.

Maio não é um mês de festa para os trabalhadores. Maio não é um mês de festa para os negros. É sim, tempo de reflexão, tempo de luta, tempo de celebração crítica de nossas conquistas, tempo de avançar ombro a ombro. É tempo de lembrarmos o provérbio africano que nos ensina: é a união do rebanho que faz o leão se deitar com fome.

Levo a África em meu nome, notadamente desde que nasci. Nome que herdei de meu avô materno, mas que nem sempre me foi referenciado como africano no sentido identitário. Nem na família, nem na escola. Algumas décadas se passaram, não muitas, mas depois de um longo processo de inserção no ideário contra-hegemônico, eis que me percebo em sala de aula, tratando conhecimentos próprios da cultura afrobrasileira. Refletir criticamente sobre a emblemática princesa, no treze de maio atual, é ainda tarefa árdua e combatente da visão mais comum dos fatos e da história brasileira.

Desde minha escolarização básica, muito se alterou, mas igualmente, muito permaneceu. Entre continuidades e rupturas não são poucos os enfrentamentos que temos de estar preparados para realizar. Preparar-se para eles! É isso que digo ser importante aos estudantes da educação superior que passam pelas minhas aulas buscando no seu ato de estagiar, a construção de sua ação docente. Preparar-se e realizá-los! Enfrentar e resistir!

Enfrentar o racismo declarado, velado ou institucional. Enfrentar a precarização do trabalho, a subsunção de toda vida humana ao capital. Enfrentar o divisionismo do povo trabalhador. Enfrentar a desqualificação da educação pública, a minimização dos currículos, a assinatura recorrente da educação básica às pedagogias do capital.

Esses e outros tantos exemplos precisam estar em nossas agendas e o mês de maio é fulcral no impulso de nossas ações.

Nessa perspectiva, gostaria então, de colaborar na constituição do mosaico proposto pelo Centro Cultural Humaitá, encaminhando algumas produções que realizei nos últimos anos sobre o conteúdo capoeira abordado particularmente a partir de um ponto de vista teórico no âmbito da Educação Física escolar. São elas:

ARTIGOS

PEREIRA NETTO, Nilo Silva. A capoeira no município de Campo Largo, estado do Paraná: uma experiência educacional a partir da abordagem crítico-superadora em Educação Física escolar. In: VII Congresso Nacional de Educação (EDUCERE), 2007, Curitiba. ANAIS, 2007.

PEREIRA NETTO, Nilo Silva; LIMA, Francis Madlener. A educação física no ensino fundamental da rede estadual do Paraná: notas de uma experiência crítico-superadora. In: V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte, 2010, Itajaí. Anais, 2010.


RELATO DE EXPERIÊNCIA

PEREIRA NETTO, Nilo Silva. No vai e vem da Maré: História e Fundamentos do Capoeira 2009. Relato de experiência: uso pedagógico de curta-metragem para o Portal Porta Curtas – Curta na Escola – da Petrobrás.

SLIDES

PEREIRA NETTO, Nilo Silva. Oficina de Capoeira. In: I Encontro de Professores de Educação Física do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná. 2008. Curso de curta duração ministrado aos professores da rede estadual de ensino em curso do PDE.

Por último, gostaria de saudar o Centro CulturalHumaitá, por sua incansável labuta pelas bandeiras do povo negro no estado do Paraná. 



Um abraço fraterno a todos e todas!
Força na luta! Venceremos!

Abdias vive!


Curitiba, outono de 2012.

Nilo Silva Pereira Netto é professor da rede pública de ensino. Licenciado em Educação Física. Especialista em Educação Física escolar. Mestre em Tecnologia. É coordenador geral adjunto do Sindicato dos Servidores do Magistério de Araucária (SISMMAR). Vencedor do Prêmio Orirerê – Cabeças Iluminadas, por sua contribuição na educação das relações étnicorraciais (2011). É coordenador da Equipe Multidisciplinar para Educação das Relações Étnicorraciais e Ensino de História e Cultura Afrobrasileira, Africana e Indígena do Colégio Estadual Papa João Paulo I – também vencedora do Prêmio Orirerê na categoria Equipes Multidisciplinares.


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