Sou terra – O maio é minha era!
"Meu Maio", de Vladimir Maiakovski
"Meu Maio", de Vladimir Maiakovski
Maio é um mês de reflexão e ação.
Atendendo ao chamado do Centro Cultural Humaitá, que propôs uma revitalização
de nosso olhar sobre o referido mês, resolvi socializar uma singela reflexão e
mais adiante, indicar algo de minha experiência docente.
Maio não é um mês de festa para os
trabalhadores. Maio não é um mês de festa para os negros. É sim, tempo de
reflexão, tempo de luta, tempo de celebração crítica de nossas conquistas,
tempo de avançar ombro a ombro. É tempo de lembrarmos o provérbio africano que
nos ensina: é a união do rebanho que faz o leão se deitar com fome.
Levo a África em meu nome,
notadamente desde que nasci. Nome que herdei de meu avô materno, mas que nem
sempre me foi referenciado como africano no sentido identitário. Nem na
família, nem na escola. Algumas décadas se passaram, não muitas, mas depois de
um longo processo de inserção no ideário contra-hegemônico, eis que me percebo
em sala de aula, tratando conhecimentos próprios da cultura afrobrasileira. Refletir
criticamente sobre a emblemática princesa, no treze de maio atual, é ainda
tarefa árdua e combatente da visão mais comum dos fatos e da história
brasileira.
Desde minha escolarização básica,
muito se alterou, mas igualmente, muito permaneceu. Entre continuidades e
rupturas não são poucos os enfrentamentos que temos de estar preparados para
realizar. Preparar-se para eles! É isso que digo ser importante aos estudantes
da educação superior que passam pelas minhas aulas buscando no seu ato de
estagiar, a construção de sua ação docente. Preparar-se e realizá-los!
Enfrentar e resistir!
Enfrentar o racismo declarado,
velado ou institucional. Enfrentar a precarização do trabalho, a subsunção de
toda vida humana ao capital. Enfrentar o divisionismo do povo trabalhador.
Enfrentar a desqualificação da educação pública, a minimização dos currículos,
a assinatura recorrente da educação básica às pedagogias do capital.
Esses e outros tantos exemplos precisam
estar em nossas agendas e o mês de maio é fulcral no impulso de nossas ações.
Nessa perspectiva, gostaria então,
de colaborar na constituição do mosaico proposto pelo Centro Cultural Humaitá,
encaminhando algumas produções que realizei nos últimos anos sobre o conteúdo capoeira abordado particularmente a
partir de um ponto de vista teórico no âmbito da Educação Física escolar. São
elas:
ARTIGOS
PEREIRA NETTO, Nilo Silva. A
capoeira no município de Campo Largo, estado do Paraná: uma experiência
educacional a partir da abordagem crítico-superadora em Educação Física
escolar. In: VII Congresso Nacional de Educação (EDUCERE), 2007, Curitiba.
ANAIS, 2007.
PEREIRA NETTO, Nilo Silva; LIMA, Francis Madlener. A
educação física no ensino fundamental da rede estadual do Paraná: notas de uma experiência
crítico-superadora. In: V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte, 2010,
Itajaí. Anais, 2010.
RELATO DE
EXPERIÊNCIA
PEREIRA NETTO, Nilo Silva. No vai e vem da Maré:
História e Fundamentos do Capoeira 2009. Relato de experiência: uso pedagógico
de curta-metragem para o Portal Porta Curtas – Curta na Escola – da Petrobrás.
SLIDES
PEREIRA NETTO, Nilo Silva. Oficina de Capoeira. In:
I Encontro de Professores de Educação Física do Programa de Desenvolvimento
Educacional do Paraná. 2008. Curso de curta duração ministrado aos professores
da rede estadual de ensino em curso do PDE.
Por último, gostaria de saudar o Centro CulturalHumaitá, por sua incansável labuta pelas bandeiras do povo negro no estado do
Paraná.
Um abraço fraterno a todos e todas!
Força na luta! Venceremos!
Abdias vive!
Curitiba, outono de 2012.
Nilo Silva Pereira Netto é professor da rede pública de ensino. Licenciado
em Educação Física. Especialista em Educação Física escolar. Mestre em
Tecnologia. É coordenador geral adjunto do Sindicato dos Servidores do
Magistério de Araucária (SISMMAR). Vencedor do Prêmio Orirerê – Cabeças
Iluminadas, por sua contribuição na educação das relações étnicorraciais
(2011). É coordenador da Equipe Multidisciplinar para Educação das Relações
Étnicorraciais e Ensino de História e Cultura Afrobrasileira, Africana e
Indígena do Colégio Estadual Papa João Paulo I – também vencedora do Prêmio
Orirerê na categoria Equipes Multidisciplinares.
Clique e acesse a programação do evento |
Nenhum comentário:
Postar um comentário