Quatro mil terreiros de religiões de matriz africana estão situados em apenas quatro das 26 capitais brasileiras: Belém, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. A informação é resultado do Mapeamento das Comunidades Tradicionais de Terreiro realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em parceria da Fundação Cultural Palmares (FCP) e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).
O mapeamento teve o objetivo de conhecer a realidade dos terreiros: quem são, onde estão localizados, suas principais atividades comunitárias, situação fundiária, infra-estrutura, entre outros aspectos sócio-culturais e demográficos. A pesquisa enfatizou a dimensão comunitária e o caráter étnico, considerando a organização social e o trabalho tradicionalmente desenvolvido pelos povos de terreiro.
O projeto foi executado pela Associação Filmes de Quintal, instituição habilitada por meio de edital público e efeito de mobilização e luta dos povos de terreiro por reconhecimento e respeito às suas tradições e ancestralidade. O número total de casas pesquisadas, no período de maio a agosto de 2010, foi de 4.045, sendo 1089 na Região Metropolitana de Belém, 353 na Região Metropolitana de Belo Horizonte; 1342 na Região Metropolitana de Porto Alegre e 1261 na Região Metropolitana de Recife.
Os dados farão parte de um banco que servirá de base para as políticas públicas junto a estas comunidades.
De acordo com a coordenação do projeto a ênfase do programa está na promoção da segurança alimentar e nutricional por considerar que os terreiros desempenham um papel extremamente importante neste trabalho. Nesses espaços, marcados pela solidariedade social, é prática comum a distribuição de alimentos, a valorização dos alimentos saudáveis, diversificados e culturalmente adequados.
Os povos de terreiro também se destacam pela diversidade compondo um cenário extremamente plural: candomblé, umbanda, batuque, nação, tambor de mina, xambá, omolocô, pajelança, jurema, quimbanda, xangô, dentre outras variantes. Durante a pesquisa a nomenclatura para a catalogação das comunidades de terreiro foi respeitada por auto-definição, informada pelo responsável pela casa.
O mapeamento construído com o protagonismo e a participação dos representantes de terreiro é parte integrante da estratégia do Governo Federal para a efetivação das políticas afirmativas, de respeito e fortalecimento da diversidade étnico-racial e de promoção da soberania alimentar no Brasil.
Para ter acesso aos dados clique aqui.
Via Fundação Palmares.
Um comentário:
Adorei o blog, parabens, está linkado ao meu agora " Religiões Afro Brasileiro e Politica" ... aqui em Campinas estávamos desenvolvendo um senso, mas como teve um golpe no prefeito tudo acabou.
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